quarta-feira, 1 de junho de 2011

Educação Já!

Parte do discurso feito pelo Senador Cristóvam Buarque, no dia 09/05/2011, na sessão em homenagem ao centenário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.


Sen. Cristovam Buarque - PDT/DF
“Nós não vamos ter as universidades com a maior qualidade que a gente quer enquanto nós não tivermos todas as crianças concluindo o ensino médio, e todo o ensino médio de alta qualidade. [...] Cada estudante universitário que passou por um curso médio de baixa qualidade, ele gera um peso na instituição universitária. Ele puxa pra baixo a qualidade.

[...]

Tem que ser de alta qualidade o ensino médio. Agora, não basta isso. É preciso que seja pra todos, que cada pessoa [...] que não teve a chance de estudar pode ter sido um gênio perdido. Nós somos campeões mundiais de futebol e temos os melhores craques porque todos jogam bola desde os quatro anos, e a bola é redonda pra todos. Felizmente a elite brasileira não teve a ideia de fazer bola quadrada para os pobres, mas teve a ideia de fazer a escola quadrada para os pobres e escola redonda só para eles. Isso leva o desperdício de 2/3 de nossos cérebros que não concluem o ensino médio.

[...] E a luta para que a escola pública de qualidade seja para todos e, se possível, tão iguais como são as bolas de futebol. Eu considero que isso não vai ser possível, sei que é polêmico, se não fizermos a federalização da educação de base. Eu não vejo como ter escolas iguais em Axixá, no Maranhão, com a renda per capta de 2 mil, e aqui em Brasília com a renda per capta que chega a 30 mil reais. E não esqueçamos que aqui em Brasília, com toda renda per capta alta, nossas escolas são financiadas integralmente, quase, pelo governo federal.

[...]

A minha proposta é que a gente passe a implantar essas escolas federais em um ritmo que, em 20 anos, veja que sou modesto, chegaria em todo Brasil. 100 mil novos professores por ano federais, [...] com um salário que, comparado com a de outras entidades, não é tão alto: 5 mil reais, mesmo assim, comparado com a média, é muito alta para o Brasil. Esses cem mil concentrados em 250 cidades de porte médio, atendendo três milhões de crianças em 10 mil escolas, depois mais 100 mil professores, mais 3 milhões de crianças, mais 10 mil escolas, mais 250 cidades. Levaríamos 20 anos para atingir as 5.500 cidades, 60 milhões de crianças, 200 mil escolas e 2 milhões de professores. [...] Eu não vejo outra saída para dar o salto educacional a não ser esse.”

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