terça-feira, 16 de agosto de 2011

Passeata e investigação policial aumentam pressão contra Ricardo Teixeira


Brasil De Fato - Presidente da CBF enfrenta no mesmo dia manifestação pedindo sua saída e investigação de um suposto desvio de R$ 9 milhões.


O presidente da Confederação brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira foi alvo de uma manifestação popular em São Paulo no último sábado (15) e sob a mira da investigação de um suposto desvio de R$ 9 milhões dos cofres públicos do Distrito Federal, em 2008, para a realização do amistoso de Brasil e Portugal no estádio do Bezerrão, em Gama, na região metropolitana de Brasília.

No último sábado, a polícia civil do Distrito Federal (DF) cumpriu mandados de busca e apreensão na empresa da Ailanto Marketing, organizadora do amistoso vencido pelo Brasil por 6 a 2 contra a seleção portuguesa. Doze policiais participaram da ação na sede da empresa, no bairro do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro (RJ).

Na época do amistoso, a empresa tinha pouco mais de um mês de existência e possuía um capital social de R$ 800. De acordo com a polícia, a Ailanto não tinha sequer instalado telefone fixo. Os proprietários Vanessa Almeida Precht e Alexandre Russel Feliu seriam, entretanto, amigos de Ricardo Teixeira, que liberou os direitos sobre o jogo à empresa.

O contrato sem licitação com a empresa foi assinado pelo então secretário de Esportes, Aguinaldo Silva de Oliveira e o governador José Roberto Arruda, cassado em março de 2010 por infidelidade partidária, suborno e corrupção. A procuradoria do Distrito Federal havia se pronunciado contrária à liberação da verba, considerada alta demais para a realização do evento.

A CBF negou ter relação com a organização do amistoso. Segundo a assessoria de imprensa, uma empresa da Arábia Saudita é quem controla a organização dos amistosos do Brasil e somente ela é quem poderia ter vendido os direitos à Ailanto.

Em uma polêmica entrevista para a revista Piauí, Ricardo Teixeira disse que não se incomoda com as acusações de corrupção e que apenas ficaria preocupado se as críticas negativas viessem do Jornal Nacional. “Só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional”. “Quanto mais tomo pau da Record, fico com mais crédito com a Globo”, afirmou à reportagem. Neste sábado o Jornal Nacional apresentou uma reportagem de cerca de três minutos sobre as investigações que envolvem o nome do presidente da CBF.

Segundo o jornal esportivo O Lance, fontes próximas ao presidente da CBF teriam dito que a matéria veiculada no Jornal Nacional seria uma resposta a escolha do Gabão como próximo adversário da seleção brasileira, considerado fraco e de baixo apelo para audiência pela emissora.

A permanência do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, pode se tornar insustentável se aumentarem as pressões contra o presidente, que ocupa essa posição no órgão há 22 anos e tem uma gestão marcada por denúncias de corrupção, nepotismo e enriquecimento ilícito.

No sábado (15), pelo menos 500 pessoas participaram, segundo os organizadores, da Marcha “Fora Ricardo Teixeira”. A passeata partiu do Masp (Museu de Arte Moderna) e seguiu até à Praça Charles Miller, onde os ativistas queimaram um boneco que representava o mandatário.




Nenhum comentário:

Postar um comentário